Geralmente, as empresas recebem prêmios pelo reconhecimento no mercado, de melhor organização para se trabalhar, de transparência, entre outros. Não é o caso da Fifa. A entidade máxima do futebol foi indicada ao prêmio de pior empresa do mundo em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil. A indicação veio após a onda de manifestações que assolou o país durante a Copa das Confederações. Sob o comando do presidente Joseph Blatter, a Fifa é é acusada de incentivar violações de direitos e mau uso de dinheiro público nos países que recebem Mundiais, em favorecimento de empresas parceiras e com anuência de governos locais.
Proposta pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), rede que reúne movimentos e organizações sociais em todas as cidades-sede da Copa de 2014, o anúncio foi realizado pelos organizadores do Public Eye Awards, conhecido como o "Nobel" da vergonha corporativa mundial. A votação para o prêmio, inclusive, já foi aberta na internet, através do site dos organizadores (
clique aqui), e o resultado oficial será divulgado neste mês de janeiro. Segundo a Ancop, cerca de 200 mil pessoas foram despejadas de suas casas ou ameaçadas em função das obras para a Copa.
Criado em 2000, o Public Eye Awards é concedido anualmente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, sempre em janeiro. A organização vencedora é escolhida por voto popular em função de denúncias de problemas sociais, ambientais e trabalhistas.
Em 2012, a mineradora brasileira Vale foi eleita pelo público por violações de direitos humanos e impactos ambientais causados por suas operações. Em 2013, a Shell, pelos mesmos motivos, foi a eleita do ano. Para 2014, a FIFA concorre ao inglório prêmio com empresas como o banco HSBC, a loja GAP, a petrolífera Gazprom e a produtora de sementes e agrotóxicos Syngenta.
