Hoje completa quatro anos sem o ilustre parnaibano, o engenheiro Alberto Silva.
Alberto Tavares
Silva, da turma de 1941 da UNIFEI, ocupou um grande número de cargos
públicos, sempre se destacando como um grande profissional da
Engenharia. Foi Engenheiro-Chefe de Transportes Elétricos da Estrada de
Ferro Central-Parnaíba-PI; DiretorTécnico da Cia. Luz e Força de
Parnaíba-PI; Diretor-Técnico, Superintendente e Presidente da Cia. de
Eletricidade Central em Fortaleza-CE; e Presidente da EBTU em
Brasília-DF.
Na política,
iniciou sua carreira como Prefeito de sua cidade natal, Parnaíba-PI, em
1948. Posteriormente foi Deputado Estadual, Deputado Federal, Governador
do Estado do Piauí por duas vezes, Senador também por duas vezes e
novamente Deputado Federal, além de Conselheiro da República. No Senado,
presidiu as Comissões de Minas e Energia e de Serviços de
Infraestrutura. Na Câmara, era titular da Comissão de Viação e
Transportes. E sempre fez questão de enfatizar que era um engenheiro na
política e não um político engenheiro.
Orgulhava-se muito da formação que recebeu em Itajubá. Em 22 de novembro
de 2003, cumprindo mandato de Senador, acompanhado de sua esposa D.
Florisa Silva e de sua filha Susana, participou de solenidade realizada
no Campus da UNIFEI, promovido pelo "1º. Encontro das Ex-alunas", em
comemoração aos 90 anos da instituição. Naquela oportunidade, aos 85
anos de idade, fez um belíssimo discurso, do qual transcrevemos o
seguinte trecho:
"Foram inúmeros
e oportunos momentos em que eu tive que ser o engenheiro de Itajubá e,
graças ao bom Deus e a esta Escola, eu tive a felicidade de resolver
tantos problemas neste país, em tantos lugares e em tantas
circunstâncias, de São Paulo ao Amazonas, do Rio de Janeiro, do Rio
Grande do Sul e em qualquer outro lugar deste País. Mas, muito mais
importante talvez, eu considere o fato de ter colocado metrô em
Teresina. E quando fui Presidente da Empresa Brasileira de Transportes
Urbanos, fui responsável pela ampliação dos metrôs de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e do Rio Grande do Sul, pela melhoria dos
transportes em muitos outros lugares e pela eletrificação do Estado do
Ceará. Aproveitando aquelas aulas do Richard Bran, ao fazer o motor
Diesel trabalhar na rede elétrica, fazer um acoplamento de uma
termoeletricidade com a hidroeletricidade, e fiz isso tantas vezes no
Ceará, entrando com as usininhas dos açudes na rede para reforçar aquilo
que ainda não existia por lá, que era a energia no nordeste. Trouxemos a
energia de Paulo Afonso até a capital do Ceará e daí a levamos ao
Estado do Piauí e fizemos a linha de transmissão mais longa daquela
época. E para isso tivemos que usar tudo aquilo que aprendemos com o
Bran, o Lindenbein, com Elcio, João Luiz, Luiz Goulart e tantos outros
que nos ensinaram a pensar e resolver problemas.”
Naquela
oportunidade, comunicou ter apresentado e aprovado no Senado Federal o
Projeto de Lei que institui o dia 23 de novembro como o Dia do
Engenheiro Eletricista, redigido em co-autoria com o então Deputado José
Roberto Arruda.
Dias depois, na
tribuna do Senado, fez um extenso relato da solenidade presenciada em
Itajubá, do qual vale destacar: "Estavam lá mais de 200 ex-alunos e
ex-alunas, principalmente ex-alunas. Tive a oportunidade de verificar a
ideia de Theodomiro Santiago, que, usando quase todo o dinheiro de sua
família, que era rica, comprou uma escola de engenharia, com
laboratórios completos de mecânica, engenharia hidráulica, elétrica e
civil, e instalou-a na pequena cidade de Itajubá, ao lado de um belo
rio. Rapazes de todo o País lá estudavam, e tive a honra de ser um de
seus alunos.
Na comemoração
dos seus 90 anos, cheguei à conclusão de que aquela Escola tem alma e
quem ali estuda tem a vontade de ver o País crescer, de estudar para o
bem do Brasil. Todos os seus ex-alunos estão reunidos em uma Associação.
Creio que é a única escola brasileira que tem uma Associação de
ex-alunos com dirigentes em vários cantos do país. É algo inédito.
(....) Eu senti o pulsar daquele gesto de brasilidade de Theodomiro
Santiago, que criou uma escola que hoje é a Universidade Federal de
Itajubá. “Os estudantes que quiserem aprender Engenharia com a
brasilidade que acompanha o ensino daquela Universidade devem ir a
Itajubá, no sul de Minas, e serão bem-sucedidos."
Em 23 de
novembro de 2005, durante a comemoração do 92º. aniversário da
Universidade Federal de Itajubá, o Senador Alberto Silva retornou a
Itajubá para receber o Diploma de Embaixador da UNIFEI, com a missão de
atuar na diplomacia, como parceiro e conselheiro do Reitor e de outras
lideranças da universidade, título este que tem por objetivo homenagear
ex-alunos que, através de suas competências, atuações profissionais e
políticas, têm contribuído para o desenvolvimento do País.
Na cerimônia,
que contou com a participação de muitas autoridades e de toda a
comunidade acadêmica, estava presente o seu amigo e também piauiense
Senador Francisco de Assis de Moraes Souza, o "Mão Santa", que em seu
discurso discorreu sobre a carreira política e de engenheiro do Senador
Alberto Silva, ressaltando o grande avanço de seu estado na área da
educação, durante seus mandatos como governador. E declarou: "Somente a
partir do seu governo, com a criação de Universidade e outras
instituições de ensino em Teresina, os piauienses não mais se viram
obrigados a deixar o seu estado para completar seus estudos".
Por sua
história de vida, construindo um Brasil melhor com muito trabalho e
amealhando amigos e admiradores por onde passou, é que a notícia de seu
falecimento causou grande comoção, especialmente no meio político e
entre seus amigos e colegas da UNIFEI.
No dia de seu
falecimento, 28 de setembro de 2009, Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º
Secretário do Senado, assim se pronunciou, destacando as qualidades do
Deputado e ex-Senador, que governou o Piauí por dois mandatos: "Alberto
Silva mudou a mentalidade do Piauí, fazendo dois governos modernos,
arrojados e de grandes realizações. O Brasil não pode esquecer que foi
por intermédio dele que o país passou a buscar, com o biodiesel,
alternativas para o petróleo."
Extraído da Associação dos Diplomados da Universidade Federal de Itajubá – Regional-BH