O triste episódio ocorrido no pátio da Igreja de Fátima no último domingo, quando uma mulher foi agredida violentamente por um segurança serve para remeter algumas mentes intolerantes para uma inevitável reflexão sobre o comportamento de alguns "cristãos".
É bem verdade que alguns frequentadores ficaram indignados com a
violência imposta a uma pessoa que, embora de "comportamento difícil",
como se tentou justificar, é um ser humano, filha de Deus e como tal
deveria ter sido tratada.
O chocante foram alguns comentários ouvidos no entorno sobre o tipo de
gente que não deveria frequentar o templo, segundo relato do rapaz que
filmou o resultado da violência, como se ela merecesse a punição por ter
cometido um pecado ousando se infiltrar num ambiente que não lhe seria
receptivo.
Que outra casa uma pessoa desesperada, psicologicamente abalada por uma
vida que nem sempre é a mesma daqueles que a rejeitam, deveria procurar
que não a de Deus?
O catolicismo ainda prepondera e é para lá que seus discípulos mais bem situados financeiramente se dirigem para prestar suas contas com Deus. O que faltou ao longo dos últimos anos foi a preocupação com o desenvolvimento desse conceito, de certa forma incômodo quando se sabe que a religião cristã só tem sentido se faz questão de realçar a igualdade, a solidariedade e a caridade como elementos indispensáveis à sua propagação.
Cristo deixou um discípulo de origem humilde para edificar a sua Igreja e ela se tornou muito grande ao longo dos tempos. Pela sua chefia passaram muitos e grandes homens, como João XXIII, João Paulo II, e agora Francisco, este último esteve recentemente no Brasil e espalhou por estas terras tropicais sementes de humildade, paciência, tolerância e respeito aos mais humildes. Certamente elas florescerão e tocarão os corações ainda endurecidos daqueles que ainda acreditam que o simples fato de frequentar uma Igreja, católica ou não, lhes garantirá a salvação.
O caminho mais fácil para Deus foi ensinado por Jesus: se sentir igual, e tratar como tal, todo semelhante.
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