Cresce o número de casos de Aids no Piauí, segundo levantamento da
Secretaria Estadual de Saúde. O Estado está na contramão do País que
tem diminuído os números de pessoas infectadas. O aumento foi de 32% de
casos em relação ao ano passado. Em 2012, foram 341 novos casos
confirmados de Aids, em quanto o ano anterior o número foi 258 casos
notificações.
Segundo a coordenadora estadual de Doenças Transmissíveis, Karina
Amorim, os dados revelam ainda que o número de homens infectados (229) é
um pouco mais que o dobro do número de mulheres que adquiriram a doença
(112).
A pesquisa aponta também que Teresina registrou 185 casos, liderando o
ranking piauiense. Em segundo lugar ficou Parnaíba, com 14 registros,
seguida de Altos (11), Picos (10), Oeiras (9) e Campo Maior e
Luzilândia, ambos com 8 casos.
Além da maioria dos infectados ser do sexo masculino, o perfil mostra
ainda que em 68% dos casos os infectados têm entre 20 e 34 anos e 80%
contraiu a doença através do ato sexual.
Nacionalmente os números apontam que o Brasil tem reduzido o número de
pessoas com Aids, mas no Piauí, assim como em todo o Norte e Nordeste, a
realidade é inversa.
"A tendência é o aumento do número de casos confirmados no Estado. Isso
porque os exames para detectar a doença estão mais populares e muitos
soro positivos não sabem que têm a o vírus. Por isso é importante que as
gestantes incluam o teste de HIV e Sífilis no pré-natal", disse a
coordenadora.
O primeiro caso de Aids registrado no Piauí data de 1981.
O vírus e a doença
Ter o vírus HIV é diferente de ter Aids. Isso porque muitas pessoas
possuem o vírus, mas por meio do tratamento adequado, não manifestam a
doença. Quando a pessoa é portadora do vírus – ou soropositiva –
significa que ele está em seu organismo, mas não que ela vá,
necessariamente, desenvolver a doença.
Porém, se não propriamente tratado, o vírus pode se proliferar e atacar o
sistema imunológico da pessoa. "A Aids é uma infecção que atinge o
sistema imunológico, facilitando que a pessoa adquira várias doenças e
possa morrer por causa de suas complicações", explica Figueiredo.
A Aids se caracteriza por um conjunto de sinais e sintomas causados pela
queda da taxa dos linfócitos CD4 (células muito importantes na defesa
imunológica do organismo). Quanto mais a doença progride, mais o sistema
imunológico fica comprometido, tornando cada vez mais difícil para o
organismo se defender de infecções. Assim, um simples resfriado pode se
tornar um problema muito difícil de resolver.
Com o sistema imunológico enfraquecido, o organismo fica mais sujeito a
pegar infecções e doenças – que se tornam mais frequentes e agressivas
conforme a doença progride. Doentes em estágio final podem pegar até
cinco ou seis infecções oportunistas de uma só vez, então o organismo
não consegue mais reagir e o paciente acaba morrendo.
Sinais de alerta
Os primeiros sintomas da doença podem ser tão leves que frequentemente
são confundidos com um mal-estar passageiro. Mesmo quando se manifestam
com mais intensidade, podem ser interpretados como os sintomas de uma
virose. Por isso é importante fazer o teste – que permite a verificação
da infecção com resultado na hora e está disponível em vários postos de
saúde do país – para confirmar.
Os sintomas mais comuns são febre constante, manchas na pele, calafrios,
diarreia constante, crescimento dos gânglios linfáticos e perda de
peso, além de dores de cabeça, de garganta ou muscular. Geralmente,
esses sintomas surgem de duas a quatro semanas após a pessoa contrair o
vírus. Nas fases mais avançadas, é comum o aparecimento de doenças
oportunistas como tuberculose, pneumonia e meningite.
Jordana Cury
jordanacury@cidadeverde.com
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