Professores e funcionários da escola
municipal Dom Helder Câmara, na Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina,
estão amedrontados com a onda de violência dentro da unidade escolar
somente este ano. Apesar do número de casos ter caído em comparação ao
primeiro semestre, o medo e as intimidações são corriqueiras na vida
dos professores.
Caroline Oliveira/Cidadeverde.com

Uma
professora do EJA do turno da noite, que não quis se identificar,
afirmou que nos seis primeiros meses alunos chegaram a fazer propaganda
explícita de venda de drogas dentro da escola. “Eles chegaram a colocar
cartazes em várias salas de aula com os dizeres ‘vende-se maconha, crack
e prostituta a R$ 5’. Eu não podia fazer nada com medo de ameaças. É
difícil conviver assim, correndo risco de morte. Já pedi transferência,
mas até agora não me deram”, declarou.

A
funcionária relata ainda que há alunos chefes de gangue e traficantes
cujo objetivo de estar na escola não é estudar. “Eles chegam atrasados,
atrapalham os outros alunos que querem estudar. Às vezes estão drogados e
eu simplesmente não posso fazer nada. Minha mãe ora todos os dias para
eu sair daqui”, afirma.

Ameaça
Outra
professora do programa Mais Educação afirma que foi ameaçada de rapto.
“Eles disseram que eu tinha que tomar cuidado, se não eles iam pegar meu
carro e me levar pras ‘quebradas’ porque eu fui chamar a atenção de
três alunas que saíram no meio da aula para fora da escola. Agora quando
eles estão na porta, eu espero todos os professores saírem e também
chamo o vigia para me acompanhar”, disse a docente que dá aula para
pré-adolescentes de 12 e 13 anos.

Invasão
Outra
professora, que está há 15 anos na escola, teve sua sala invadida por
um ex-aluno de 13 anos e por pouco não foi assaltada. O adolescente a
reconheceu e não praticou o crime. “Ele pulou o muro e chegou na minha
sala. Quando me viu, ficou surpreso e disse meu nome. Eu ainda
questionei o que ele estava fazendo, mas ele saiu correndo. Com certeza,
foi para roubar os pertences dos professores mas como eu dei aula para
ele por quatro anos ele não fez nada. Nós queremos segurança.
Policiamento ostensivo para que os desocupados que ficam na praça em
frente à escola não ameacem nem a gente nem aos alunos”, desabafa.

Os
docentes sugerem que policiais fiquem nos arredores da escola na
entrada e saída de todos nos períodos da manhã, tarde e noite. Os
representantes se reuniram com o comandante da PM, coronel Gerardo
Rebelo, na manhã de hoje (6).

Flash de Caroline Oliveira






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