Antigamente as cidades pequenas do interior eram sinônimo de lugares
pacatos, onde o índice de criminalidade tinha nível quase zero. A cidade
de Antônio Almeida, localizada a 401 km ao Sul de Teresina, é o exemplo
de que esta realidade hoje é bem diferente. Além dos crimes, a droga
que a pouco, parecia distante, faz cada dia mais parte da vida
principalmente, dos jovens.
O município é um dos que abriga ponto da agência dos Correios, mas que,
traz consigo o retrato da onda de assaltos e arrombamentos que vem sendo
praticados nas cidades do Nordeste. Falar em segurança, em prédios com
paredes de barro, portas trancadas apenas com cadeados e com vigilância
apenas de um homem, que mal tem como se defender, é duvidar da
inteligência do povo.
Pelo menos duas vezes, bandidos realizaram assaltos nesta agência. Dá
última vez, o gerente chegou a ser ferido pelo nervosismo e
agressividade dos arrombadores. Na mesma rua, fica um terminal,
correspondente bancário do Bradesco, que recentemente foi alvo de
criminosos, e que por pouco, não foi dinamitado, como reza o figurino do
modus operandi desse tipo de quadrilha.
Imagens mostram a fragilidade das agências; paredes de tijolo de barro e porta travadas apenas com cadeados
Quanto aos
comerciantes, o medo faz com que todos fechem seus estabelecimentos até
às 18h. A cidade praticamente para e todos se recolhem em suas
residências, temendo haver alguma tragédia. Quanto à droga, a realidade
que parecia distante, já bate à porta e assombra os pais de jovens que
não encontram na cidade nenhuma outra ocupação para gastar o tempo com
atividades no mínimo educativas ou culturais.
Comerciantes fecham cedo com medo da criminalidade
A droga que
chega a Antônio Almeida é o crack, que já devastou famílias e hoje é
considerada a droga de maior proliferação. Ela vem de Uruçuí, grande
cidade da região e é um dos motores na onda de criminalidade, que ainda
não é crítica em Antônio Almeida, mas já desperta a atenção.
Na delegacia da cidade, ninguém apareceu
Em visita à cidade, o 180graus procurou
as autoridades policiais do município, e ninguém foi encontrado. As
informações, segundo vereador do município, é que pelo menos, durante
todo o ano passado, a cidade ficou sem juiz, promotor e delegado, ou
seja, fiscalização zero. “O apoio que temos é da cidade de Uruçuí, nossa
regional atende a Guadalupe, muito distante daqui, o delegado mesmo,
pouco fica no município, apesar de ter residência”, diz o vereador Fábio
(PDT), que conversou com a nossa reportagem.
Vereador lamenta que o crack tenha chegado ao município
Ao passar pelo
GPM, encontramos um prédio em péssimo estado de conservação, a porta
fechada, parecia estar apenas escorada, e um vizinho nos indica:
“Dificilmente você vai achar alguém aí”. Os moradores, ao falar sobre o
problema, confessam o clima de insegurança, mesmo em um município de
área territorial pequena e que abriga hoje pouco mais de 4 mil
habitantes.
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